Estou de saída. É que eu não sei, entende? Parece que esse lugar não me prende mais, não me completa tanto. Eu venho aqui e é sempre a mesma coisa, o mesmo ambiente e eu queria algo novo, uma coisa diferente! E eu até tento, mas eu queria que você tentasse também. Sem eu ter que dizer nada.
Não é que você precise adivinhar. Mas sentir. Sentir o que eu necessito, os meus desejos, as minhas vontades. Semanalmente eu estava por aqui, mas aparentemente você não percebia a minha presença. Você ainda escuta o que eu falo?
Deixa quieto, não vale a pena ficar discutindo por isso. Mas são umas coisinhas que aos poucos vão acumulando e de repente você se vê afogado num mar de picuinhas. A verdade é que eu não me senti valorizado.
E tudo bem, pode não ser culpa sua. A gente tem essa mania de achar que é a bala que matou Getúlio, que é o alecrim dourado da vez. Mas se a gente não fizer isso por nós, quem vai fazer? Você que não é.
Eu sei que sempre faltou tempo pra ti. Muita gente pra dar atenção. Mas acho que você nunca olhou no meu olho, com sinceridade. É por isso que estou indo embora.
Mas, assim, eu não sou ingrato. Eu tive ótimos momentos. Quantas histórias! 78 pra ser exato. 79 com essa aqui. A gente vive fazendo histórias. Essa é só mais uma. Somos máquinas ambulantes de narrativas. Cada hora, cada minuto, é uma linha escrita com a caneta de tinta invisível do caderno da humanidade.
Vai passar. Pra mim e pra você. Tenho certeza. Vou em busca de outros lugares, outras histórias. As minhas ficam aqui, pra você. Tenho certeza que essas lembranças serão boas.
As próximas serão em outros lugares. Quem sabe o que isso pode me trazer…
Eu já achei outro lugar, fica tranquilo: https://leoraoni.substack.com/
Se quiser me achar, tô por lá. Sem ressentimentos, tá?
Adeus, Medium!
