- Ah, tá bom então. Beleza. Não, eu já tô com tudo. Tá bom, tchau tchau!
- Conseguiu falar com ele?
- Sim. Tô indo aqui e já volto, tá?
- Aqui onde?
- Lá.
- Mas você havia dito que era aqui.
- Mas eu já tô aqui.
- Exatamente! Como você pode ir pra um lugar que você já tá?
- Mas eu ainda não tô! Eu tô tentando ir.
- Aqui, né?
- Não, lá!
- Você falou que lá era aqui.
- Lá não é aqui.
- Então por que você falou que lá era aqui?
- Porque é perto.
- Perto não é aqui. Aqui é aqui.
- Perto também não é lá lá. É mais aqui do que lá.
- Então é perto.
- Sim! Se fosse lá longe eu falaria “eu tô indo lá”.
- E não aqui.
- E não aqui.
- Hum… Porque você sabe que aqui não é lá e lá lá é bem longe. Se lá fosse aqui seria um intermediário de longe e perto, algo no meio, difícil de compreender e quando se coloca em palavras, não faz muito sentido.
- Eu quero o divórcio.
- Faz sentido.